terça-feira, 26 de julho de 2011

o prazer de aprender


Este blogue, o prazer de aprender, pretendeu registar uma reflexão sobre vários aspectos de um percurso, ao longo de um semestre, na Unidade Curricular Psicologia da Motivação do Mestrado em Supervisão Pedagógica da Universidade Aberta.
Ao fazê-lo visamos também a construção de um portfólio de competências, onde as estratégias de motivação, em particular em contexto escolar, têm o lugar central.
O prazer de aprender com um subtítulo - no início era a motivação – dá a tónica do papel impulsionador que as estratégias de motivação desempenham para o sucesso no ensinar e no aprender. Assim, quer o aprendente quer o ensinante sabem que a motivação é a condição inicial quase sine qua non para uma efectiva aquisição de conhecimentos e de competências.
Neste blogue colocaram-se as sensações, as interrogações, as aprendizagens, as descobertas, os trabalhos, as ideias mais marcantes dos colegas, - e as nossas -, e sublinham-se os temas de estudo e reflexão, sobretudo os que mais me interpelam.
Neste percurso reencontrei-me com a Professora Maria João Silva, com os meus colegas, com as minhas leituras e com as minhas histórias de vida que, afinal, também aqui interferiram.

Um capítulo do meu portfolio




Para mim, a motivação em pedagogia foi sempre central, mas assente num pragmatismo empírico. Quis inscrever-me e seguir esta Unidade Curricular  afim de me inteirar melhor de uma base teórica na Psicologia da Motivação

A elaboração deste blogue, numa lógica de portfolio de competência, deu-me uma ocasião excepcional para reflectir sobre as ideias que tinha sobre a motivação, e sobre a sustentação teórica de alguma das minhas práticas. Assim, procedi a uma re-leitura das minhas práticas pedagógicas e das minhas grelhas de análise de várias questões de sociedade que me interpelam continuamente: a motivação e a desmotivação; a auto-estima e o conceito de si; a ansiedade e o stress. Tudo isto representando conceitos que, aliás, ultrapassam o quadro escolar.
Neste momento, estou sobretudo mais seguro sobre estratégias de intervenção em meio escolar de combate à desmotivação, de combate à ansiedade – por exemplo com o coping.
Esta aprendizagem foi tanto mais interessante que não tendo directamente um papel no frente a frente pedagógico, mantenho uma grande curiosidade em relação às teorias da motivação, quer porque elas têm implicações no funcionamento do sistema educativo que me ocupa, quer porque muitas delas são transferíveis para outras situações, profissionais ou pessoais.
Mas aprendi muitos outros aspectos com este portefólio.
Em primeiro lugar, tenho consciência que um portefólio deste tipo mais do que uma fotografia fiel do percurso formativo que atravessei, é uma pintura – algo impressionista – de algumas pinceladas. Estas cores que me encheram a memória perdurarão.
Também descobri que aprendi não tanto a participar e a debater, o que fiz moderadamente, mas a ler – o que os meus colegas debatiam, e os livros que me apercebia serem interessantes -, a pesquisar na internet e a reflectir.
Por último aprendi a redigir, a ordenar, a reler e a compilar este portefólio electrónico

Em todo este percursos senti amizade dos colegas e um bom enquadramento da Professora Maria João Silva, sempre presente e disponível, que saúdo e que recordarei, como marca de qualidade nas relações humanas que, através da net, estabelecemos.

Conceito e Estima de si




A motivação como resposta afetiva foi oportunidade para o grupo onde me incluí, com  a Isaura Ventura a  Maria Belém  e a Maria Cruz, investigar, ler e debater em pormenor  as questões do Conceito e Estima de si.

Um outro Grupo, o grupo 4, sistematizou, muito bem a interpretação que tem desta questão com o seguinte diapositivo


















      Criação de estímulos que levem a emoções que arrastem um sentimento positivo de si.
      - Desmontar a estrutura do conceito de si próprio e ponderar as áreas que requerem maior investimento para o conceito de auto-estima.
      - Definição de um programa de desenvolvimento de competências, que seja suscetível de criar o bem-estar e reforce uma auto-estima positiva.
      - Inclusão em clubes existentes na escola, relacionados com as áreas em que revela mais competências e onde possa realizar tarefas com sucesso.
      - Integrar o aluno num grupo de pares o mais próximo possível da sua idade, o que poderá passar pela integração num CEF, onde os alunos já terão t -Trabalhar a dimensão social, atraindo o aluno para actividades que lhe dêem visibilidade perante a comunidade, responsabilizá-lo por elas e valorizar a sua contribuição para o bem comum.
      - Levar os professores a equacionar se uma nova retenção não irá agravar ainda mais o insucesso do Manuel.
      - Intervir junto da família no sentido de a consciencializar para a importância de um ambiente propício ao desenvolvimento integral da criança/ jovem.
      - utilizar o professor tutor para orientar o Manuel na sua caminhada para a construção de um auto-conceito e auto-estima positivas dos mais do que 15 anos.




A Ansiedade, inserida numa abordagem mais vasta da motivação, como reposta afectiva, trouxe em cinco grupos de trabalho, uma reflexão muito rica

O Grupo 1 dos colegas fez um magnífico trabalho quer gráfico quer textual, classificando, assim, o stress como

O stress em si não é necessariamente negativo. Aumenta somente a tomada de consciência pessoal da necessidade da ação para resolver um determinado problema, segundo Sarason. Em princípio, a situação de stress só se torna problemática se a pessoa considera que não possui estratégias que lhe permitam lidar com este.”

Também muito interessante é a esquematização da ansiedade que este grupo apresenta





ou ainda o grupo 2 que caracteriza a ansiedade assim,




Mas, mais interessante ainda é a centralidade que o grupo deu, nas estratégias de intervenção, à resolução de problemas, situando-a muito bem face às emoções e ao evitamento




que os outros grupos colocaram assim:



Teoria das Concepções Pessoais de Inteligência





É uma teoria sobre o self, o modo como as pessoas constroem representações acerca de si próprios que orientam o seu comportamento.


A teoria sociocognitiva da motivação, como teoria de Concepção pessoal de Inteligência, partilha com as outras teorias a certeza de que os indivíduos desenvolvem crenças que organizam o seu mundo, dão significado às suas experiências e orientam o seu comportamento. Contudo, com a teoria desenvolvida por Dweck, as pesquisas centram-se:
·         na análise do presente,
·         em compreender porque os alunos mudam de comportamento quando estão envolvidos na realização de uma determinada tarefa,
·         em perceber porque varia o sentido de mudança conforme as pessoas
·         entender qual o impacto sobre a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal.
Sendo uma teoria sobre o self,
§  ocupa-se do modo como as pessoas constroem representações acerca de si próprios que orientam o seu comportamento;
§  identifica características pessoais que podem influenciar as interacções das pessoas com o meio;
§  identifica características do meio que podem alterar os padrões do comportamento.
Dweck salientou a relevância dos objectivos na orientação do comportamento humano nas áreas de realização. De acordo com esta autora, a pessoa age de acordo com a importância que atribui aos objectivos e efectua as opções ou adapta os comportamentos para alcançar os seus objectivos. Para se compreender o seu comportamento é imprescindível identificar os objectivos valorizados pelas pessoas, o que as encaminha a desistir ou a persistir mediante experiências de fracasso. Dweck desejou compreender o que se passa quando os discentes enfrentam tarefas mais complicadas ou situações de fracasso e através de experiência pediu aos alunos que explicassem verbalmente os seus sentimentos perante a resolução de problemas.

Texto baseado no Texto de trabalho do Grupo.

Bibliografia:
 Fontaine, A. M. (2005). Motivação em Contexto Escolar (Cap. II). Lisboa:   Universidade Aberta.

Teoria da auto-eficácia



A participação neste grupo permitiu melhor apreender esta teoria, que coloca uma pessoa como actuante.


A teoria sócio-cognitiva da auto-eficácia para além de promover como princípio básico, o conhecimento de si próprio e dos outros, tendo em vista uma análise centrada no presente com o objectivo de fundamentar a tomada de decisão, as pessoas escolhem quais os desafios em que tomam parte (definição de metas ou objetivos), que esforço vão despender e o quanto vão perseverar em face das dificuldades encontradas. Logo, esta teoria defende “uma visão mais pró-activa da motivação, tentando perceber como as pessoas conseguem exercer o controlo sobre os acontecimentos que afectam as suas vidas, de modo a evitar os eventos desagradáveis e estimular a ocorrência dos que são agradáveis”. (Fontaine, 2005, p. 117). Assim, assume uma visão prospectiva da acção sobre o futuro, pois pressupõe a capacidade de influenciar eventos futuros tornando os indivíduos mais previsíveis. Esta capacidade permite a cada um preparar-se melhor, de forma a aumentar o controlo sobre a própria vida (processos cognitivos, emoções e acções), sobre o meio e sobre acontecimentos futuros, que corresponde ao conceito de “agência humana” (Fontaine, 2005, p. 119) e constitui um poderoso mecanismo motivacional.

Fontes de desenvolvimento do sentimento de eficácia

Tem relevo as fontes para a auto-eficácia de Bandura

As quatro possíveis fontes para a auto-eficácia de Bandura
Desempenho da pessoa das tarefas que uma determinada função exige
Fonte mais importante - a sua experiência, quer directa, quer indirecta por observação e imitação do comportamento dos outros.
Observação do desempenho de outras pessoas
Pode levar a concluir que faríamos melhor ou pior do que os outros fazem.
Persuasão verbal de outras pessoas
Podem convencer que somos ou não capazes de realizar algo.
Percepção dos nossos estados fisiológicos
Se nos sentimos ansiosos, no desempenho de determinada função, podemos inferir que nos sentimos assim porque não somos capazes de realizá-la.



Bibliografia e webgrafia
Bandura, A. (1986). Social Foundations of Thought and Action: A Social Cognitive Theory. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall. Citações disponíveis em: http://des.emory.edu/mfp/banquotes.html. Acedido e consultado em 26 Abril/2011.  • Fontaine, A. M. (2005). A motivação em contexto escolar. Lisboa: Universidade Aberta.  Garcia, P. (2009). Influência da auto-eficácia, modelos de referência, socialização de género, apoio e barreiras sociais nas aspirações de carreira. Lisboa: ISCTE.IUL. Disponível em http://repositorio.iscte.pt/bitstream/10071/2067/1/Tese.pdf. Acedido e consultado em 20 Abril/2011. • Pinto, J. (2003). Psicologia da Aprendizagem: Concepções, Teorias e Processos. Lisboa: IEFP.

Teoria da Avaliação Cognitiva


A Teoria de avaliação Cognitiva, criada por Deci e Ryan (1985), insere-se nas teorias cognitivas da motivação. O investimento na acção depende da avaliação cognitiva dos aspectos da tarefa e do seu auto-conceito, e parte do pressuposto que o ser humano tem necessidade inatas de:
         i) realização pessoal, sendo o objectivo da acção a “manutenção de um nível de estimulação óptimo” – o desejo de aprender é uma tendência natural – uma motivação intrínseca.
         ii) necessidade de auto-determinação.
 A Teoria de Avaliação Cognitiva :
     i)        é uma teoria da motivação intrínseca
   ii)        a sua ideia base: a percepção da realidade forma e gere a motivação;
 iii)        tem um carácter prospectivo: a motivação humana visa o benefício dos acontecimentos futuros e não é retrospectiva
  iv)        a mestria é um desejo inato e estes situam-se ao nível do exercício, do saber fazer e da liberdade de escolha – aqui ultrapassa a teoria atribucional que se concentra na dimensão intelectual da compreensão.
Esta teoria estrutura-se em dois subsistemas motivacionais: a motivação intrínseca, com locus de controlo interno, e a motivação extrínseca, com locus de controlo externo.

Nas estratégias de intervenção que decorre desta teoria, o professor tem um papel fundamental:

- na protecção da motivação intrínseca
- Exercendo uma influência equilibrada: nem suficientemente forte para orientar o comportamento, nem suficientemente fraca para evitar que o sujeito não tenha consciência dessa pressão - princípio da suficiência mínima.
- Presença de um certo grau de auto-determinação na escolha das tarefas a realizar, a par da existência de objectivos pré-estabelecidos.
- Ao organizar actividades que promovam o gosto pela aprendizagem (ao envolver matérias do agrado dos alunos nas tarefas lectivas)
- na transformação da motivação externa em motivação interna
Segundo o processo de internalização, ao professor cabe promover experiências de aprendizagem que permitam ao aluno atingir a fase de integração, ou seja, quando  a própria actividade é o objectivo e dela se retira prazer.
(redigido com base no texto do powerpoint dos colegas)

A teoria atribucional



A teoria atribucional de Weiner baseia-se no pressuposto de que as percepções pessoais dos sujeitos acerca das causas dos acontecimentos guiam o seu comportamento. O princípio chave da teoria reside no facto dos sujeitos procurarem compreender e descobrir a razão pela qual um determinado acontecimento ocorreu, ou seja, atribuirem as suas realizações positivas/sucesso ou negativas/fracasso a alguma causa e definirem o seu comportamento em função dessas percepções (Fontaine, A., 2005)

Tem particular relevância as estratégias de intervenção que daí decorrem e que o grupo de trabalho sintetiza assim:
·         Valorizar o empenho, da persistência e do esforço do aluno
·         Evitar evocações de desempenhos negativos;
·         Evitar criar falsas expectativas acerca dos desempenhos dos alunos
·         Evitar fazer juízos de valor
·         Desvalorizar situações de fracasso


Fontaine, A. M. (2005). Motivação em Contexto Escolar. (Cap. 1,  p. 15-74). Lisboa: Universidade Aberta.



Teoria Relacional





Os motivos ou necessidades subjacentes ao comportamento dos indivíduos resultam de “esquemas” de interacção organismo-mundo. O comportamento humano resulta da interacção que cada pessoa estabelece com o seu contexto de vida
 O comportamento é o resultado funcional entre as características pessoais e as pressões do meio, em que a posição da pessoa face ao mundo introduz, a cada momento, mudanças na estrutura deste sistema de relação
O ser humano desenvolve-se na interacção com o mundo físico e social e nessa interacção contribui para o desenvolvimento do mundo, procurando ir sempre mais além dos objectivos já alcançados a fim de colmatar uma insatisfação fundamental

Assim, a Teoria Relacional estabelece relações com o mundo interno e externo é indispensável à sobrevivência do organismo

Texto baseado no powerpoint do trabalho de grupo onde me incluí

Teoria da Motivação para a realização

As colegas Ana Martins, Ana Murçós, Cidália Guita, Isaura Ventura e Maria Belém, colocam interessantes notas para a Teoria da Motivação

McClelland e Atkinson consideram que a motivação para agir ou “tendência para agir” é influenciada por disposições internas, estáveis e inconscientes - os motivos - que espelham as necessidades fundamentais do ser humano, bem como aspectos situacionais. Os dois factores, motivos e situações estimulam os comportamentos para a realização da tarefa ou para o evitamento.

O fracasso na situação de avaliação criou desequilíbrio no Calvin  permitindo satisfazer as suas necessidades de realização ou de aceitação social, provocando medo e ansiedade interna que acaba por ser estimulada não pelo fracasso em si mas pela situação de avaliação. O estado de tensão é criado, não pelo desequilíbrio, mas pela ansiedade. O seu comportamento tem como objectivo reduzir essa tensão e, reduzir a ansiedade.
É assim que se explica o uso frequente de comportamentos de fuga ou evitamento em situações de avaliaçã

Teorias Homeostáticas

O que leva os humanos a agir, a iniciar ou terminar uma acção?

É a procurar perceber esta questão que um grupo de colegas procurou uma resposta através da teoria do impulso e da teoria do efeito,.

Assim, “O bem-estar está associado ao estado de equilíbrio do organismo e qualquer desequilíbrio gera perturbação.
Qualquer organismo deve possuir mecanismos reguladores que são automaticamente activados quando o equilíbrio é rompido.
O surgimento de uma necessidade provoca um estado de instabilidade, de tensão, que leva a um comportamento para a fazer desaparecer.”

É essa a teoria do impulso.

Quanto à teoria do efeito ela pode colocar-se assim:
“O comportamento é o resultado da interacção entre o impulso, os hábitos e o valor do objecto. Os hábitos criam-se através de associações de estímulos-resposta, sendo o impulso o responsável pela intensidade do comportamento, enquanto os hábitos definem a sua direcção.
Também importa, aqui, compreender que o espaço vital é a representação subjectiva de uma realidade pessoal.
Conforme refere Fontaine (2005) o valor das teorias homeostáticas encontram-se  “vantagem de focalizar a atenção sobre os comportamentos tais como se manifestam, aqui e agora, e ajudam a identificar determinantes actuais da acção: as necessidades que exigem ser satisfeitas, por um lado, e os obstáculos à sua satisfação, por outro”.
           


Bibliografia
Drew, W., Olds, A. & Olds Jr., H. (1997). Como motivar os seus alunos. Actividades e métodos para responsabilizar os alunos. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.
Fontaine, A. M. (2005). Motivação em Contexto Escolar. (Cap. 1,  p. 15-74). Lisboa: Universidade Aberta.
Gostick, A e Elton, C. (2008) O princípio da cenoura. Casa das Letras, Lisboa.
Sprinthall, N.A. e Sprinthall, R.C. (1993) Psicologia Educacional. (Cap. 19, p.503-525) Lisboa McGraw-Hill.

Perspectiva Temporal do Futuro

Aqui, esta questão tem para nós, particular relevância. Entramos em pleno num dos nossos centros de interesse, - e trabalho -, a prospectiva, ou seja, a clarificação da acção no presente, tendo em vista um futuro possível que se deseja.
Como diz o filósofo Gaston Berger ( Berger, 2008),  “o futuro é razão de ser do presente”.
Mas nesta abordagem prospectiva, na linha de Michel Godet, Philippe Durance, ou Hugues de Jouvenel,  em que o futuro não está determinado, mas que cabe a cada um de nós construir, coloca-se, nesta necessidade de acção para construir o futuro, mais responsabilidade e mais clarividência nas escolhas, mas liberta-nos da fatalidade dos acontecimentos. E isto em educação é central.
Numa época de incertezas, que podem condicionar a nossa motivação para agir, a passagem de um paradigma de intervenção pessoal assente num pré-determinismo, para um paradigma de actuação baseado no voluntarismo, ou seja na proactividade, pode perturbar.
Assim, parece-me muito pertinente que nos debrucemos sobre a perspectiva temporal do futuro, reflectindo sobre os factores condicionantes da motivação.
Realço aqui o trabalho dos colegas que elaboraram um muito bom powerpoint.

Bibliografia
Berger, G. (2008). De la Prospective. Paris: L’Harmatan
Godet. M. (2011). A Prospectiva Estratégica para as Empresas e os Territórios. Paris: Dunod

Que conceitos para a motivação?



Este é um muito bom começo: começar pelos conceitos.
O debate à volta dos conceitos foi alargado, rico e permitiu-me ver uma diversidade de conceitos, ou melhor, uma diversidade de abordagens do conceito de motivação.
No fundo a motivação coloca um desafio ao professor: como devo eu suscitar o desejo de aprender? Motivar, como verbo de acção, será, assim, criar condições para que o aprendente deseje aprender.
Segundo Fontaine (2005), a “motivação é necessária para iniciar qualquer acção, mantê-la ou terminá -la. Leva as pessoas a tentar resolver os seus problemas ou, pelo contrário, a fugir deles, envolve afectos e emoções, inibe ou fomenta as aprendizagens e confere sentido à experiência. Em termos gerais a motivação é o aspecto dinâmico da acção.”
Sublinharia neste tema o referido pela Maria Januário Não há nenhuma criança, por mais indiferente ou difícil que pareça, da qual não seja possível obter uma resposta."
Esta postura positiva, que acredita nos alunos, que põe um ambiente de sucesso, agrada-me
Concordaria, em síntese, globalmente com a Natália Viseu, que coloca:
De um modo geral todos nós consideramos nas abordagens que já fizemos que a motivação "é um estado ou condição interna que activa o comportamento, dando orientação em direcção a um desejo ou uma necessidade. O impulso motivacional é uma necessidade básica ou instintiva associada ao esforço investido em comportamento direccionado para uma causa orientada por um objectivo", ou seja, identificamos factores psicológicos, sociais, culturais, de contexto familiar, de meio ambiente e até "inconscientes".
Lembramo-nos aqui da Isaura Ventura:  A motivação para o desempenho tem de corresponder a quaisquer factores que conduzam ao apaziguamento de uma necessidade, satisfação de um prazer ou fuga a uma penalização ou castigo de carácter firme.
Há vários factores que concorrem para a geração da motivação e que descendem de traços de personalidade, numa relação íntima entre motivação e individualismo.


BibliografiaDrew, Walter, Olds, Anita & Olds Jr, Henry. (1997). Como motivar os seus alunos. Lisboa: Plátano Edições técnicas.
Fontaine, A. M. (2005). Motivação em Contexto Escolar. Lisboa: Universidade Aberta.
Gostick, Adrian & Elton, Chester (2008). O princípio da cenoura. Editora Casa das Letras